Ultreya y Suseya

 

Santiago de Compostela 


As palavras ultreya y suseya, seguidas da conhecida frase buen camino, mas você sabe o que elas significam? 

Se você fosse um peregrino indo à Santiago na idade média, certamente as pessoas quando o encontrasse iriam te dizer “ultreya” ao invés de “buen camino”, e você provavelmente responderia “suseya”. Essas palavras derivam do latim, e foram associadas ao Caminho de Santiago, porque apareciam em algumas partes do Codex Calixtinus, principalmente nos hinos, e os peregrinos iam entoando esses cânticos pelo caminho, como nesse trecho aqui ó:

Herru Santiagu,
Got Santiagu,
Eultreia, eususeia,
Deus adiuva nos
.
Oh Senhor Santiago,
Bom Senhor Santiago,
Ultreya, Suseya,
Proteja-nos Deus.

Começamos por ULTREYA, que também pode ser escrita como ultreia, era a palavra que os peregrinos usavam para expressar a alegria de ter alcançado o objetivo de chegar a Santiago, mas também significa siga em frente, com fé e perseverança, não desista. Depois que soube o significado de ultreya, eu entendi que é a melhor palavra de incentivo que se pode dizer a um peregrino.

E SUSEYA, ou suseia, é ainda mais legal, significa pra cima, não no sentido literal, mas de busca por Deus e evolução espiritual. Acho isso lindo, porque é como se o caminho levasse a esse desenvolvimento espiritual, e no meu ponto vista isso é muito verdadeiro, ninguém volta igual dessa jornada, ok, a pessoa não volta como uma santa, mas no mínimo com maior conhecimento de si mesmo, e da energia vital que emana dos outros seres humanos, algo que definitivamente perdemos em nosso dia a dia.

Codex Calixtinus ou Códice Calixtino é conhecido como o guia mais antigo do Caminho de Santiago, é um manuscrito escrito em latim, criado por vários autores, (todos monges, evidentemente) entre 1130 e 1160. Ele é dividido em cinco livros, que tinham como objetivo promover o Caminho de Santiago. Na verdade, é muito mais que um guia, pois apresenta cânticos como mencionado acima, toda a parte litúrgica incluindo sermões e milagres atribuídos a Santiago. O livro IV é destinado aos feitos de Carlos Magnos com Santiago, nele o imperador é apresentado como o descobridor do túmulo do apóstolo e percursor do caminho, embora esse fato não seja verdadeiro. No livro V que é o guia propriamente dito, é possível encontrar dados sobre a rota, dificuldades, fontes de água potável, cultura das pessoas da região, características das comidas, e todo tipo de informação que os peregrinos da época precisavam, incluindo é claro as igrejas encontradas pelo caminho. Era tipo o blog da época! 


https://www.santiagodecompostelainfo.com/2017/10/09/ultreya_suseya/


Evangelizando Ambientes. Clique aqui.


Você sabe o que é Ultréya?

Ultreya

    Ultréya é uma palavra de origem espanhola que era pronunciada pelos peregrinos que chegavam a Catedral de Santiago, como mostra de júbilo por ter chegado ao fim de sua jornada. Não se trata somente de uma forma de verbalizar a alegria de ter chegado a Catedral de Santiago, mas algo como: “seguir em frente”, “ir mais adiante”, caminhar mais além” com entusiasmo para Jesus. Caminhar em busca da realização de um objetivo, de uma meta a qual tendo fé iremos alcançar, mesmo diante das dificuldades não devemos desistir, ainda que respeitando os nossos limites.
    Hoje, a palavra ultréya é utilizada em várias situações, em reuniões mensais de aprofundamento, promovidas pelos GEDs - Grupos Executivos Diocesanos, em assembleias, reciclagens, e assim por diante.
    A Ultréya, geralmente, tem início com a celebração da Santa Missa, e depois com depoimentos e testemunhos de cursilhistas, que dizem como o Cursilho mudou a sua vida e como continuam firmes na caminhada do cristão comprometido e evangelizando os ambientes, proporcionando ardor missionário e reacendendo a chama dos que estão na caminhada, motivando-os a seguir em frente.
    *

    Santiago de Compostela a História e a Lenda

    De entre todos os discípulos que acompanharam Jesus Cristo, Santiago pertence ao grupo dos mais íntimos, ele esteve presente nos momentos mais importantes da sua vida. Após a morte do Profeta, Santiago participa na evangelização da palestina. Faz parte, com os outros apóstolos, do núcleo central da Igreja primitiva de Jerusalém antes de ser decapitado por ordem de Hérodes Agripppa, neto de Heródes O Grande, aproximadamente em 44 dc, sendo o primeiro apóstolo mártir.


    Aqui acaba a história e começa a lenda.

    A tradição atribui a Santiago a evangelização da Espanha. Partindo da Palestina ele terá chegado num barco de transporte de Ouro e Estanho, comércio que se desenvolvia nessa época entre a Galiza e a Palestina, à Andaluzia, onde iniciaria a sua pregação até chegar a Iria Flavia (actual Padrón). O seu regresso à Terra Santa seria feito pela via romana de Lugo que atravessa a península passando por Saragoça, dirigindo-se para Valença de onde embarcaria para reentrar na Palestina. Contudo, sobre este episódio nunca foi encontrado nada escrito pelo que muitos e reconhecidos historiadores medievais duvidam da sua veracidade.

    O Breviarium Apostolorum, um registo de biografias dos apóstolos, redigido em Grego e posteriormente restaurado em Latim, fornece um detalhe importante sobre a descoberta do túmulo de Santiago na Galiza o que contribuiria para o nascimento do santuário e das peregrinações. Após o seu martírio o corpo de Santiago foi, segundo a lenda, transportado por dois dos seus discípulos e enterrado nos confins da Galiza. A sepultura é descoberta no reinado de Alonso II (759-842). A partir do século IX encontram-se alusões a este acontecimento. Porém, não há certezas quanto à data da descoberta do sepulcro apostólico, mas a maioria das fontes católicas apontam datas entre 813 e 820. A lenda conta que um ermitão do bosque de Libredón, de nome Pelágio (ou Pelaio), observou durante algumas noites seguidas uma “chuva de estrelas” sobre um monte do bosque. Avisado das luzes, o bispo de Iria Flávia, Teodomiro, ordenou escavações e encontrou uma arca de mármore com os ossos do santo e dos seus discípulos. Informado, o Rei das Astúrias mandou construir 3 Igrejas no lugar indicado, dando-se início às primeiras peregrinações.

    Em 872 Afonso III, perante o número crescente de peregrinos manda construir uma majestosa Igreja no lugar da primitiva. Paralelamente, a reputação das peregrinações a Santiago levaria à mudança da sede episcopal de Iria Flavia para Compostela.
    Em 951 é registado o primeiro peregrino estrangeiro, na pessoa do Bispo de Puy, Goldescalc. Os Franceses são os primeiros peregrinos estrangeiros a deslocarem-se ao túmulo do apóstolo no século XI, na segunda metade desse século o carácter internacional afirma-se com a chegada de Alemães e dos primeiros Ingleses. Nesse tempo a Galiza metamorfoseia-se em Palestina Ocidental. Contudo, após ter sido um fenómeno religioso durante a idade média, as peregrinações a Santiago conhecem uma progressiva erosão a partir do século XIV, parando mesmo no século XVII por falta de peregrinos. No século XX dar-se-ia o renascer das peregrinações fazendo com que Santiago de Compostela seja o 3.º lugar Santo do cristianismo após Jerusalém e Roma.


    Os Caminhos de Santiago

    O Caminho de Santiago tem 7 rotas históricas: o Caminho Francês, o Caminho do Norte, a Vía de la Plata, a Rota Marítimo fluvial, o Caminho Inglês, o Caminho Primitivo e o Caminho Português. Para alem destas rotas existe ainda o Caminho de Finisterra que faz a ligação entre a cidade de Santiago e Finisterra.


    O Caminho Português

    Em rigor não se pode apontar apenas um Caminho Português, antes da marcação do Caminho pelas várias associações e entidades competentes – o que só começou a acontecer nos últimos anos: não havia nem início, nem um percurso definido. Há vários relatos de peregrinos que viajaram para Santiago do sul do nosso país, mas ainda não foi feito o levantamento de nenhum percurso a Sul de Lisboa embora saibamos que existiam. A partir de Lisboa podemos falar de dois grandes Caminhos que atravessam o país de Sul a Norte, um na costa e um no interior. De Lisboa seguem em direcção a Coimbra (existem duas variantes por Tomar – que corresponde, até Santarém ao Caminho do Tejo - ou por Leiria). Em Coimbra existem também duas alternativas, pelo interior (por Viseu e Chaves que sai de Portugal em Feces de Abaixo e se junta à Via da Prata em Verin), ou pela costa (em direcção ao Porto). No Porto temos opção entre Barcelos e Braga. Em Braga segue para Ponte de Lima ou para a Portela do Homem, em Barcelos segue para Viana do Castelo ou para Ponte de Lima. De Ponte de Lima segue para Ponte da Barca e Vilarinho das Furnas ou para Valença. Existe ainda uma outra alternativa entre Caminha e Vila Nova de Cerveira.

    A sinalização do Caminho é feita com setas amarelas e placas de identificação (não confundir com as setas azuis que marcam o Caminho de Fátima).

    A via da Prata passa também por Portugal mas não podemos considerar o Caminho Leonês como um Caminho Português embora fosse também utilizado por peregrinos portugueses que moravam nas imediações do Caminho.

    ***

    Comentários

    Postagens mais visitadas deste blog

    Rezando com Santo Afonso!!

    Sagrada Família

    Advento Vicentino convida à Confiança na Providência