Leigo Protagonista


São Paulo - Leigo Protagonista 



                                                       São Paulo Apóstolo 


Devemos sempre lembrar São Paulo como um cursilhista foi um apóstolo que fez dos três encontros, o verdadeiro programa de sua vida.


O Encontro com Cristo ocorre mas, para compreende-lo na casa de Judas ele tem um encontro consigo mesmo, “durante três dias ficou sem comer nem beber (At 9,9) , volta-se ao seu interior e faz um novo e alegre Encontro com Cristo , ouve o toc...toc... e abre seu coração e sua mente para o Cristo, a partir daí vive numa pequena comunidade de fé, estuda, ora e se prepara para agir , “Saulo se fortalecia cada vez mais e confundia os Judeus de Damasco, demonstrando ser Jesus, de fato, o Cristo”(At 9,22).


Paulo, um leigo que buscou formação, orou e seguiu para transformar as realidades que viveu, e como decide fazer isto ? Iluminado pelo Espírito Santo, viaja, formando comunidades de fé: Éfeso, Corinto, Roma, Filipos, Tessalônica, Gálatas... pequenas comunidades de fé que vão transformando a realidade religiosa, que a partir da fé em Cristo ressuscitado, transformam a realidade de todos os ambientes que os cercam.

Hoje todos nós somos chamados a ser protagonistas e confundir os “Judeus de Damasco”que nos cercam , pessoas que não acreditam no Cristo, não o Encontraram, somos chamados a ser instrumentos para que eles encontrem-no. Para tanto, precisamos que os três encontros sejam, também, nosso programa de vida e, que a formação e oração nos prepare para a árdua mas, alegre, missão de evangelizar os ambientes.


A conversão para Cristo é para todos nós, apenas um lado da vida.
Assim, como São Paulo, nós ao decidirmos ir adiante na caminhada Cristã, somos motivados para a mudança. Nossa visão do mundo e para o Mundo se modifica, ou, como disse São Paulo: “Não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim”.

Paulo em suas cartas, quase não fala do trabalho, do dia a dia, das dificuldades, mas sabemos que naquele tempo, como também agora, alguém que se dedica ao Reino, passa por vários desafios e dificuldades.


A conversão de Paulo, tira-o de uma posição na sociedade e o coloca noutra.
Nessa nova maneira de sobreviver, numa vida peregrina, de acordo com os costumes dos professores e ambulantes da época, Paulo tinha três possíveis opções para ganhar a vida:

1 - Cobrar pelos ensinamentos
2 - Viver de esmolas
 

3 - Trabalhar em algumas casas de pessoas ricas, como professor particular e receber alguma ajuda em dinheiro.

Os filósofos e missionários realizavam este sonho, onde a comunidade os acolhia e os sustentava de bom grado. Em lugar das 3 opções, já aceitas pela sociedade, Paulo escolhe um quarto caminho: trabalhar com as próprias mãos.
Ele reconhecia aos seus companheiros o direito de receber salários, mas fazia questão de não aceitar pagamento. Paulo queria anunciar o Evangelho de graça (cf. ICor 9,18 e 2Cor 11,7). Não queria depender da comunidade e nem ser um peso para ela...


Paulo Apóstolo, um trabalhador que anuncia o Evangelho: um homem que rompeu com o sonho da sociedade daquela época e abriu caminho para um novo sentido de vida.

Apresentando-se como um missionário que vive do trabalho de suas próprias mãos, ele provoca uma ruptura: faz com que o Evangelho por ele anunciado apareça como algo que faz parte da vida de todos eles.

Paulo apresenta um novo sonho, mais realista: "Vocês levarão uma vida honrada aos olhos dos estranhos e não passarão mais necessidade alguma...” (1Ts 4,11-12)
A frase é da primeira Carta aos Tessalonicenses, a mais antiga das cartas de Paulo, escrita durante a segunda viagem missionária.

Antes o povo ficava olhando para um sonho irreal e Paulo alerta que cada um deve ocupar-se das suas próprias vidas.
Antes o trabalho manual era desprezado, agora Paulo chama o trabalho não como sinal de escravidão, mas o torna para uma vida honrada.
Antes o povo passava necessidade e Paulo mostra um caminho para sair da pobreza e chegar a uma situação em que já não passarão mais necessidade de coisa alguma.
Esse é o novo sonho que Paulo propõe. Romper com as barreiras da época e caminhar para uma nova vida.

Paulo, mostrou que como Leigo, sim, fazia trabalhos manuais nas oficinas por onde passava, também ensinava em escolas entre a quinta e a décima hora, isto é, entre onze horas da amanhã e quatro da tarde. Ou seja, durante a hora do almoço e do descanso.

Paulo nos mostra que, não porque não tivesse direito ao descanso, mas porque quis ser um exemplo para todos nós o imitarmos.
Um leigo que trabalhava e buscava tempo para anunciar. Esse testemunho de Paulo como trabalhador que anuncia o Evangelho é a chave mais importante para entender suas cartas e penetrar na sua mensagem.

O trabalho ocupa um lugar central na vida de Paulo. Foi trabalhando, pelo seu sustento, que ele se tornou um exemplo vivo e que ajudava o povo das comunidades a perceber onde estava a verdadeira fonte da vida - Jesus Cristo.
Hoje, somos nós cursilhistas , leigos protagonistas que, em nossos trabalhos, nossas famílias, lazer , estudo, em todos os ambientes somos chamados a anunciar o Evangelho com fervor.

Paulo estrutura as comunidades de forma livre, onde a amizade é fator de união, pois a todos é permitido desenvolver dons e servir através dos ministérios, não há dominação, todos são forjados à liderança, ao serviço. Este protagonismo hoje é nosso , desenvolver lideranças , não estagnar as coordenações em grupos pequenos mas, construir comunidades de líderes. Ter a consciência que e eficácia da comunidade depende da diversidade funcionando em unidade.

Para Paulo o que reúne e mantém unidos os crentes não era simplesmente o fato de serem membros comuns de um movimento, mas a experiência comum do Espírito. Era a consciência de que sua experiência do Espírito era experiência de que também outros compartilhavam.

A experiência do Cursilho, onde realizamos a experiência comum do Espírito é o que nos une, e nos conduz à compreensão e simpatia mútua, uma amizade verdadeira alicerçada no Cristo. Esta experiência nos leva a entender o Carisma do MCC como o ato gracioso de Deus; é graça divina concretizada e expressa em palavra ou ação.


O leigo protagonista, como São Paulo o foi, deve ter comportamento de acordo com a fé, isto é, este deve nascer da relação de confiança em Deus e expressar essa confiança.
Outro aspecto do protagonismo de São Paulo é sua capacidade de discernir o que é realmente importante, é um dom ou capacitação do Espírito.
O conhecimento da vontade de Deus não era algo que podia ser lido num código de leis ou manual de normas, exigia muito mais sensibilidade espiritual ( dada pelo Espírito) “sabedoria e entendimento espiritual”.

Hoje também nós não devemos buscar somente em leis e normas o conhecimento sobre o MCC mas, buscar com sensibilidade espiritual, com a lei do amor incrustada em nossos corações e mentes.

Por fim a exemplo do Leigo, do protagonista, São Paulo , cada Cristão deve viver segundo a lei de Cristo, viver a exemplo de Cristo Jesus (Rm 5,5). O leigo protagonista que procura viver de acordo com a lei de Cristo tem como função primária na comunidade servir de repositório da tradição e ser instrutor dela. A Tradição oferecia o modelo que significava viver de acordo com a lei resumida no mandamento do amor.

Hoje o protagonismo nos exige algo simples, ser a Tradição , o Evangelho vivo, em cada ambiente, com o testemunho de vida e com o anúncio , o querigma. Com nossas limitações , nossas fraquezas mas com uma fé firme, que brota do programa de vida, os três encontros, e que nos faz renovar a experiência do Espírito todos os dias, para com Ele, por Ele e Nele, sermos referência a esta sociedade fragilizada, onde todos olhem para os cursilhistas e proclamem “vede como se amam”.

Que sejamos protagonistas no anúncio ,no amor, na fé e na esperança!
São Paulo Apóstolo, rogai por nós.

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P. Franciso Luiz Biachin 

Assessor Eclesiástico Nacional do MCC – Brasil

por ocasião da 46ª Assembleia Nacional do MCC Brasil


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